sexta-feira, outubro 29

O Embaixador do Blues

Willie Dixon

William James Dixon, nasceu em 1 de julho de 1915, em Vicksburg, Mississippi, Estados Unidos. Foi produtor musical, cantor, compositor e, o que poucos sabem, baixista, além de uma das mais importantes figuras do blues. Seu estilo serviu de inspiração para a nova geração surgida com o Rock and Roll. Morreu em 29 de janeiro de 1992, aos 76 anos, em Burbank, California. 


Dixon é considerado a personificação da evolução do blues, a partir de uma criação acidental de descendentes de escravos libertos de uma parte reconhecida e vital da herança musical dos Estados Unidos. Suas canções foram interpretadas por grandes artistas e bandas, como Bob Dylan, Rolling Stones, The Doors, The Allman Brothers Band e The Greateful Dead. 


Era o sétimo de catorze filhos e sua maior influência veio de sua mãe Daisy, que tinha o hábito de rimar tudo o que falava, mania que Dixon imitou, fazendo rimas com suas palavras. Com apenas 7 anos, ele se tornou um admirador de uma banda onde tocava o pianista Little Brother Montgomery. Foi introduzido ao Blues na adolescência, no Mississipi. Aprendeu a cantar ainda adolescente, com um carpinteiro chamado Leo Phelps. Dixon cantou no grupo de Phelps, o "Jubilee Singers" onde, por sua tessitura vocal, fazia o baixo. Tratava-se de um quarteto gospel local, que cantava regularmente na estação de rádio Vicksburg WQBC. Dixon começou a adaptar poemas escritos para canções, chegando a vender alguns deles a grupos musicais locais.


Saiu do Mississippi para Chicago (Illinois), em 1936. Era forte, alto e, por isso, foi lutador de boxe. Como pugilista ganhou o campeonato "Illinois State Golden Gloves Heavyweight Championship (Novice Division)", em 1937, aos 22 anos de idade. Foi em um ginásio de boxe que Dixon encontrou o pianista de blues e guitarrista, Leonard "Baby Doo" Caston, que fez com que Dixon levasse a música a sério. Caston construiu pra ele, seu primeiro baixo, feito de lata e uma única corda. Nesta época também descobriu a guitarra.


A esta altura, a vocação de Dixon como boxeador estava em cheque e agora era duvidosa. Começou, então, a atuar musicalmente em torno de Chicago. Em 1939, foi membro fundador da "Five Breezes", junto com Caston, Joe Bell, Jimmie Dale Gilmore e Hawthorne Willie. O grupo misturava blues, jazz e harmonias vocais, seguindo o mesmo rumo do "The Ink Spots". Dixon já havia progredido muito no contra-baixo, mas veio o advento da Segunda Guerra Mundial. Ele resistiu em ir à guerra e acabou preso por dez meses, o que provocou uma interrupção brusca em sua carreira musical. Quando a guerra acabou, ele formou um grupo chamado "Four Jumps of Jive". Mais tarde se uniu novamente à Caston, formando o "Big Three Trio", que passou a gravar pelo selo Columbia Records.


Tempos depois assinou com a Chess Records (subsidiária da Checker Records) como artista, mas começou a atuar menos e tornou-se mais envolvido com a gravadora. Em 1951, ele era um "trabalhador em tempo integral" e atuou como produtor, caçador de talentos, músico e compositor. Ele também foi  produtor do selo. Dos anos de 1948 até o início dos anos 1960, sua produção e influência foram prodigiosas. Do final de 1956 a início de 1959, ele trabalhou com igual competência para a Cobra Records, onde produziu singles de Otis Rush, Magic Sam e Buddy Guy. Do final dos anos 1960 até meados da década de 1970, Dixon trabalhou por e para sua própria gravadora, a Yambo Records, junto com dois rótulos subsidiários: Supremo e Spoonful. Ele lançou seu álbum em 1971, sob o título "Willie Dixon's Peace?", pelo selo próprio Yambo, bem como singles pela McKinley Mitchell, Lucky Peterson e outros.


Em seus últimos anos, Dixon tornou-se um embaixador incansável do blues e um defensor de seus praticantes. É fundador da Blues Heaven Foundation, organização que trabalha para preservar o legado do blues e garantir os direitos autorais e royalties para os músicos de blues, que foram explorados no passado. Falando com eloquência simples, marca de suas canções, afirmou: "O blues é a raíz e as outras músicas são os frutos. É melhor manter as raízes vivas, porque isso significa frutos melhores a partir de agora. O blues é a raíz da música americana."


Era diabético e sua saúde deteriorou-se cada vez mais durante os anos 1970 e 1980, principalmente por causa da doença, e uma de suas pernas teve que ser amputada. Esteve presente na sessão de abertura da cerimônia da Fundação Blues, e foi para o Hall Blues of Fame em 1980. Em 1989 ganhou o Grammy Award por seu álbum, "Hidden Charms".


Dixon morreu de parada cardíaca, em Burbank, California, em 29 de janeiro de 1992 e foi enterrado no Cemitério de Oak Burr, em Alsip, Illinois. Foi postumamente introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em "primeiras influências" (pré-rock) categoria introduzida em 1994.


Discografia:
  • 1959 Willie's Blues (Bluesville)
  • 1960 Blues Every Which Way (Verve)
  • 1960 Songs of Memphis Slim and "Wee Willie" Dixon (Folkways)
  • 1962 Memphis Slim and Willie Dixon at the Village Gate (Folkways)
  • 1963 Baby Please Come Home! (Battle)
  • 1970 I Am The Blues (Columbia)
  • 1971 Willie Dixon's Peace? (Yambo)
  • 1973 Catalyst (Ovation)
  • 1976 What Happened To My Blues (Ovation)
  • 1983 Mighty Earthquake and Hurricane (Pausa)
  • 1985 Willie Dixon: Live (Pausa)
  • 1988 Hidden Charms (Bug)
  • 1989 Ginger Ale Afternoon (Varèse Sarabande)
  • 1990 The Big Three Trio (Legacy)
  • 1995 The Original Wang Dang Doodle: The Chess Recordings (Compilação - MCA)
  • 1996 Crying the Blues: Live in Concert (Thunderbolt) Ao vivo com Johnny Winter e Chicago All Stars
  • 1998 Good Advice (Wolf) Ao vivo com Chicago All Stars
  • 1998 I Think I Got the Blues (Prevue)
  • 2001 Big Boss Men - Blues Legends of the Sixties (Indigo - UK)
Textos e Fontes:
http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=4156
http://allmusic.com/artist/p332
Snowden, Don (1997)
Wickipedia
Pesquisa, redação final e tradução livre: CrisViduani


Agradeço ao amigo Clayton Sales pela valiosa dica.
A lenda merece dois vídeos aqui no nosso Blog. No primeiro vídeo tocando baixo acústico magistralmente e, no segundo, em um blues impecável, "on the acoustic guitar".
Curtam o embaixador do blues.















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